quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Quando a atividade física vira vício

De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, a quantidade de pessoas que praticam exercícios físicos subiu de 14,9% para 16,4% da população brasileira.
O padrão estético imposto pela sociedade – corpo com pouca gordura e músculos bem definidos, tem levado muita gente a exagerar na dose, não respeitando os limites individuais e o tempo de descanso que o organismo precisa para se recuperar e estar pronto para um novo treinamento.
Após uma hora de treino, se bem aplicado e com intensidade correta, o corpo demora 12 horas para se recuperar do esforço e estar pronto para um novo estímulo. Quando você se exercita muito em um dia, tentando recuperar os dias da semana que ficou sem cumprir as atividades, o organismo só vai estar recuperado depois de 72 horas.
A atividade física pode ser qualquer coisa que promova gasto calórico além dos níveis normais, como subir escada, lavar roupa, caminhar pelo bairro etc. Exercício físico é mais elaborado, com maior freqüência, duração e intensidade. “O Overtraining ou super treino, é a resposta individual a um desequilíbrio entre o volume de treinamento e a recuperação”, explica o personal training Carlos Costa.
A atividade física pode viciar, quanto mais exercício, maior o vício, já que o organismo produz endorfinas de acordo com duração e intensidade da atividade. “As endorfinas agem em dois diferentes grupos: perifericamente, diminuindo dores nos músculos e tendões e no sistema central cerebral, proporcionando bem-estar e euforia”, esclarece Costa. Desta forma, o indivíduo se sente bem e quer repetir. “No Overtraining, a pessoa entra por dependência e não consegue parar”, completa.
O Overtraining pode também acarretar alguns distúrbios, como os psicológicos de imagem corporal distorcida (anorexia); distúrbios de menstruação, como a amenorréia (ausência de sangramento) ou atrasos; oligomenorréia, ou redução do número de espermatozóides; osteoporose e pequenas lesões que podem limitar o indivíduo, como tendinite, bursite, entre outros.
Para sair de um quadro de overtraining, é preciso suspender a malhação, o que significa abrir mão da sensação de prazer e bem-estar proporcionada pelas endorfinas. “Outra solução é optar por praticar atividades voltadas ao relaxamento e equilíbrio, como o alongamento e a ioga”, aconselha Costa

Como identificar o Overtraining

Os principais sintomas são cansaço, fraqueza, perda de apetite e de massa corporal podem ser confundidos como reações comuns quando se pratica atividade física. Outros sintomas são:
•Sinais no desempenho físico, perda do estímulo competitivo e da determinação;

•A pessoa se sente mais fraca durante e depois do exercício;

•Menor coordenação motora e maior chance de lesões;

•Aumento ou redução na freqüência cardíaca de repouso ou pressão arterial;

•Aumento na captação de oxigênio na freqüência cardíaca o que leva a fadiga;

•Redução ou nenhuma alteração na massa corporal;

•Hipersensibilidade muscular e maior risco de infecção;

•Estado de disposição alterado: a fadiga é grande e também ocorre a perda do apetite;

•Possíveis mudanças no padrão do sono: como dificuldades para dormir e insônia.

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